quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"A África é do outro lado da rua e nos falta coragem para atravessá-la"

(Henrique Cunha Júnior)



Muitas vezes, precedendo uma exposição sobre a História Africana utiliza-se o recurso de apresentar cartões postais sobre Abdjan, Dakar, Cidade do Cabo, Lagos e outras capitais africanas informalmente. Quanto à questão se são cidades africanas as expressões incrédulas não escondem um pequeno espanto. Alguns retomam as fotos.

O mesmo exercício também pode ser realizado com fotos de vestuários e de mercados africanos, onde aparece uma diversidade de trajes femininos e masculinos.

A terceira surpresa ocorre quando da apresentação de uma gravura do Rei Monomotapa de 1531. Rei e Rainhas são do universo do imaginário sobre a Europa e não abrange a África. Face da admiração abre ensejo para discussão sobre os conceitos e preconceitos em relação às civilizações africanas. A existência de um rei implica uma organização social, um território, uma nação e, através da discussão destes desdobramentos facilita uma desconstrução dos estereótipos da África Selvagem.

As florestas africanas perfazem apenas 1/8 do território continental. É necessária a introdução de informações geográficas para terem a idéia da possibilidade de existência de vida organizada, cidades com infra-estruturas urbanas desenvolvidas no passado africano.

A percepção errônea de que a África tem apenas paisagens de florestas tropicais leva a imaginar o africano sempre vivendo em choupanas na floresta. Não sobra lugar para cidades imensas ou para plantações, atividades econômicas, agrícolas e pecuárias.

Uma vez que a imagem africana é construída também pelo cinema, é preciso avisar aos incautos que muito dos filmes do gênero Tarzan são rodados nos Estados Unidos em cenários da Flórida.

Em contribuição a imagens construídas de impossibilidades civilizatórias africanas, estas estão sempre ao lado das florestas tropicais e do deserto, também tido como estéril e inabitável. Além disto, o deserto é marcado como divisor de duas hipotéticas Áfricas, uma negra e a outra, por oposição, seria branca. Aqui o exercício de quebra de pressupostos errôneos é um pouco mais difícil. Como recurso didático podemos utilizar as rotas de caravanas comerciais que a séculos fazem percurso através das regiões do Saara. Estas caravanas demonstram a possibilidade de vida cotidiana na região do deserto e da instalação e desenvolvimento de estados nacionais. Outra informação útil é de que o deserto vem progressivamente aumentando, ano a ano, e de que áreas desérticas no presente não o eram no passado. Mapas antigos onde apresentam o Lago do Chade em proporções muito maiores no passado ajudam o raciocínio ou então às explorações arqueológicas onde cidades são desenterradas de onde hoje existe apenas areia.

O recurso às caravanas e aos sítios arqueológicos levam à demonstração de uma integração dos espaços econômicos no deserto do Saara e nas suas periferias justificando uma comunidade histórica comum, o que elimina a possibilidade do artifício de duas Áfricas. Mesmo a diversidade da população não é suficiente para pensarmos em duas Áfricas, uma no Norte e outra no Sul do Saara. Porque não se pensa em Ásias uma vez que existe diferença de população entre a Índia e a China? Porque não se pensa também em duas Europas dadas as diversidades populacionais. O que marca a territorialidade é sobretudo a integração histórica. Portanto, utilizando o mesmo método existe apenas uma África, com diversas populações e diversas culturas.

Outras imagens surpresas são das populações do Quênia ou do Zimbabue utilizando roupas de lã. A idéia de floresta tropical elimina a da diversidade climática criada pela topografia e pela latitude. Transmite errônea impressão que não existem regiões com neve nas montanhas africanas. Que os climas do continente não sofrem alternativas de climas quentes, temperados e frios, variando com as estações do ano e as regiões.

4 - SEMPRE EXISTE UMA INTEGRAÇÃO TERRITORIAL AFRICANA

A fantasia ou pesadelo da tribo dos homens nus leva pensarmos e África como um conjunto de povos dispersos na mata e incomunicáveis uns com os outros. Esta imagem é reforçada pela insistência numa diversidade lingüistica africana e nas hipóteses improváveis da história brasileira de que os escravisadores colocavam africanos de origens diferentes na mesma fazenda e nas moradias para evitar a comunicação entre eles e, portanto, evitar a possibilidade de rebeliões.

A começar pela História do Brasil, onde as rebeliões sempre existiram o que é possível imaginar que a língua não é empecilho. Ainda mais, seria impossível organizar um sistema de produção onde os trabalhadores não conseguissem se comunicar.

Indo à realidade africana lingüística, temos que notar que todas as línguas provem de apenas quatro matrizes lingüísticas. Que no continente africano, hoje como no passado, diversas línguas são compreendidas por povos diversos. Ainda mais que, existem línguas como o Árabe e o Suarili que são faladas em quase todo o continente. Não existem para o africano barreiras lingüísticas, de comunicação entre os diversos povos e nações. As dificuldades ou facilidades lingüísticas na África não são diferentes das Européias ou Asiáticas.

Nessa discussão de línguas, de facilidades e dificuldades aparece freqüentemente a intervenção de outro possível fator explicativo das supostas dificuldades lingüísticas da integração na África e de facilidade na Europa que seria a escrita. A observação trás a cena dois pressupostos falaciosos, o primeiro é que os africanos antes de 1400 não conheciam a escrita e outro de que o europeu sempre a conheceu.

Começamos pelo europeu, cabe perguntarmos desde quando e como adquiriram a escrita, também desde quando esta se popularizou.

Poucas pessoas na nossa cultura têm presente a idéia que o europeu adquiriu a escrita de outros povos e que somente com a expansão do Império Romano esta escrita chega ao conjunto do território europeu. Poucos são os textos que informam do estado de atraso e ignorância que viveu a Europa até a Idade Média, por volta de 1200 e, que a saída para o desenvolvimento vem através das cruzadas indo para territórios da África e da Ásia. Como exemplo tem a medicina européia, resultado da tradução de manuais Árabes. Mesmo com a Matemática, a Física, a Química e a própria escritas européias, são resultados do contato europeu com estes povos.

Sobre a África costuma-se dizer que é um continente oral, sem entendermos o que representa esta oralidade como método de transmissão do conhecimento na África. A oralidade não é a ausência da escrita. A escrita faz parte das culturas africanas desde as civilizações egípcias. Pelo menos são quatro os Alfabetos desenvolvidos no conjunto das civilizações africanas, em áreas diversas do continente. Ademais, anterior a 1500 a África processou uma imensa utilização do Árabe como língua comercial e cultural, dado pela expansão do Islamismo em 2/3 do continente a partir dos anos 600, sendo comum a existência de documentos em Árabe para a história africana. As escritas em Árabe chegam ao Brasil, onde os escravizados participantes da revolta dos males, em 1831, escrevem panfletos e se comunicam em Árabe.

É necessário mais cuidado nas comparações entre a história africana e a européia. Faz-se necessária maior informação sobre uma e outra para escaparmos das idealizações e reduções impostas pelos processos de dominação racistas. Nesta informação a Europa aparece como fonte do saber e a África como fonte de ignorância

Um exame da profusão de línguas e povos na Europa, tomando o período anterior a constituição dos grandes estados nacionais, verificamos que não é muito diferente da situação africana. Mesma na atualidade temos que dizer, por exemplo, que a língua francesa não é a única falada em todo território francês, território este que em quilômetros quadrado não é maior que os estados africanos. O mesmo se dá com a Espanha e a língua espanhola, os Britânicos e o Inglês, ou alemão e Alemanha. As idéias de uniformidade e coesão apresentadas no Brasil sobre os europeus não têm correspondido com a realidade. São idéias trabalhadas ideologicamente como sinônimos de organização e a organização como signo do processo.

Na cultura brasileira a África é sempre tratada como distante. A idéia de distante reflete outro estereotipo que é a idéia da falta de integração da África aos espaços econômicos mundiais. Significa que ficou isolada e atrasada até o dia que os europeus correram ao seu socorro.


Na versão brasileira a África é ausente das integrações internas e externas ao continente. Este isolamento é tido como quebrado com a chegada do Português no Reino do Congo em 1484. Nos é dado a idéia que o português não conhecia a África anterior a esta data e que os africanos não conheciam a Europa.

A integração econômica milenar da África, interna e externa pode ser trabalhada pelas rotas comerciais das caravanas comerciais que cruzam todo continente e se estendem pela Europa e Ásia chegando a Índia e China. Um bom material de argumentação, são as gravuras de africanos nas cortes chinesas presenteando com produtos africanos e animais como a girafa. Estas gravuras datam de 1383.

Uma discussão mais profunda da integração africana à economia mundial pode ser tida pelas viagens de navegadores e africanos à América em períodos anteriores a Colombo. Viagens realizadas periodicamente e em períodos históricos amplos como são as trocas entre as civilizações da América Central e os Egípcios, ou entre Malianos e Caribenhos.

A chegada dos europeus através dos portugueses na África não é acompanhada de um raciocínio sobre a presença negra na Europa e da presença européia na África anterior à esta época. Pouco se tem conhecimento da existência das Cruzadas, negros combatendo ao lado de Cruzadas de brancos. São raros os que examinam as origens das imagens de santos negros nas igrejas católicas européias ou de imagens negras nas catedrais alemãs da Idade Média. Estas imagens atestam em profundo contato entre africanos e europeus no século 13. Ademais, as figuras negras aparecem com a mesma dignidade e importância das figuras brancas. A expansão incrível do Império Romano não é intermediada no imaginário brasileiro como a possibilidade de trocas existentes entre africanos e europeus anteriores a 1484, ou seja, no início da expansão comercial portuguesa.

A idéia de isolamento africano é fundamental na manipulação dos mitos sobre a raça e miscigenação raciais ocorridas no Brasil. Fala-se dessas categorias partindo de uma idéia absurda de que africanos europeus e asiáticos não haviam realizado imensa troca de experiências genéticas anteriores a colonização brasileira. Como se não tivesse havido intensa miscigenação anterior a colonização do Brasil. Isto leva a pensar na fixação destrutiva e racista de raças puras e impuras. O método de isolamento africano é estrutural ao pensamento racista brasileiro. Ele faz questão de desconhecer a espécie humana como um híbrido resultante de processos milenares de troca de população. Daí elege o Brasil e unicamente o Brasil como país de existência de misturas de populações diversas

Somos incapazes de saber que nenhum europeu, loiro ou não, pode reivindicar a ausência do gen africano na sua história genética. Portanto, as misturas populacionais, as misturas étnicas são próprias da espécie humana e não ocorrem pela "grandeza de espírito do português pelo Brasil".

5 - JUSTIFICATIVAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA AFRICANA

Caso o Brasil fosse um país sem nenhuma imigração africana de importância, não seria surpreendente que os currículos escolares dispensassem estes conteúdos. Mesmo assim, por razões da história da humanidade, ou mesmo da história econômica do capitalismo, seria indispensável um conhecimento da história africana. Surpreendente e impensável é um país que nos seus pelos menos últimos quatro séculos teve não somente a imigração africana maciça como também tem a maioria da sua população descendente de africanos, não ter história africana nos currículos escolares.

Pela cultura e pelas construções de identidades dos Afro-descendentes e em nome das pluralidades culturais são justificáveis a presença da história africana como fundamento do conhecimento da história nacional.

No entanto, devido o país ter sido colonizado por portugueses provenientes da Península Ibérica e, visto que o desenvolvimento diferenciado de Portugal e Espanha, com relação ao restante da Europa, no século 14 e 15, se deve em parte pela influência africana nesta região. Tenho de lembrar que Portugal e Espanha foram colônias dos Mouros por 700 anos. Que estes Mouros são fusão de Africanos Islamizados e Árabes. Temos que rever que os conhecimentos técnicos e científicos neste período são mais avançados na África e no Mundo Árabe do que na Europa, para compreendermos a mecânica dos processos de desenvolvimento de Portugal e Espanha com relação ao restante da Europa.

Os portugueses e espanhóis, também, após a expulsão dos Mouros da Península Ibérica, recebem ainda importantes contingentes de Imigração Africana. Importantes técnicos e artesãos nas cortes portuguesas durante um grande período são africanos. Temos, também, as rotas comerciais que fluem da África para a Europa passando por Portugal. Em suma, para um conhecimento aprofundado do colonizador português, é imprescindível uma base da historiografia africana. O próprio nome de Brasil não teria uma explicação tão pueril como a que é apresentado nas nossas escolas, relacionando erradamente com a madeira de cor vermelha abundante no passado na nossa faixa litorânea. O nome mais provavelmente vem da conexão Africano-Árabe e do conhecimento que estes povos tinham sobre a existência de terras americanas. Conhecimento obtido muito antes das viagens de Colombo e Cabral às Américas.

O argumento principal para o ensino da História Africana esta no fato da impossibilidade de uma boa compreensão da história brasileira sem o conhecimento das histórias dos atores africanos, indígenas e europeus. As relações trabalho-capital, realizadas no escravismo brasileiro são antes de qualquer coisa, relações entre africanos e europeus. As tecnologias utilizadas nos ciclos econômicos brasileiros são de origem africana e, as formas de produção são altamente dependentes do tipo de mão da obra e dos estágios civilizatórias das nações africanas. A história política brasileira inicialmente é do escravismo e da alternativa política dos Quilombos, este último, produto das formas organizativas africanas reelaboradas para a realidade brasileira.

A partir de 1500, o entendimento da história econômica, política e cultural do Brasil, só é possível através do conhecimento da história e da cultura africana. Sem estes elementos se constrói uma história parcial, distorcida e promotora de racismos.

Ela produz a eliminação simbólica do africano e da história nacional.

6 - REGIÕES E CRONOLOGIA NA HISTÓRIA AFRICANA

A História Africana apresenta uma possibilidade de divisão para estudo em 6 grandes regiões que guardam em comum além dos aspectos geográficos, aspectos históricos e culturais. São unidades com características semelhantes, embora também abrangendo diversidade interna da região quantos aos povos e culturas, mas, quando comparadas ao conjunto africano apresentam distinções nítidas.

A região de história mais antiga e mais conhecida é a das civilizações do Rio Nilo, onde se destacam o Sudão e o Egito, ambos com história política e econômica com mais de 5000 anos e constituindo impérios semelhantes. Um exemplo das semelhanças é a construção de pirâmides que Vão do Alto ao Baixo Nilo, em períodos diversos com diferentes magnitudes, representando uma forma cultural típica de região. Nesta região o Egito é bem mais conhecido, sendo que os Núbios, um dos povos do Sudão, tem apresentado surpresas esplendorosas aos arqueólogos nos últimos tempos. Destacam-se nesta região os Impérios de Kerma, Kushes, Napata e Meroes. Fixados em regiões próximas tem importância históricas os Reinos da Etiópia.

A costa Africana do Oceano Índico constitui uma região de grande influência comercial, de trocas intensas com os países árabes e com a Ásia. Esta região se notabiliza por um conjunto de pequenos Reinos e Cidades Estados que foram de grande esplendor arquitetônico e, devido a existência de uma língua comercial comum, o Suarile, podemos denominar de Região Suarile.

A terceira região importante no Continente Africano é constituída pelo Conjunto Zimbarbue e África do Sul. Embora diferente da região Suarile litorânea é uma zona de intenso contato com o litoral. Zimbabue, devido a importância e antigüidade das ruínas e da extensão da civilização aí construída no passado, constitui pôr si só uma região de importância na história africana. Na mesma região do Zimbabue entre 1400 e 1800 surge o Reino do Monomotapa. Na África do Suiapenas, reinos relativamente recentes têm destaques históricos, sobretudo pelo processo de resistência às invasões européias, como é o caso dos Zulus.

O quarto conjunto está ao Sul do Rio Congo, numa extensa região entre o Atlântico e os lagos Vitória e Tanganica. De influência cultural Bantu se desenvolveu entre os séculos 14 e 15 um conjunto de Reinos onde se destacam o Congo, Lunda e Luba.

As civilizações africanas de grande riqueza econômica e cultural formam um conjunto que geograficamente se estendem do Atlântico atravessando o sistema fluvial do Rio Níger e cobrindo os afluentes do lago Chade. Esta quinta região do Vale do Niger, assim como a do Vale do Nilo, constituem as regiões de maior importância histórica no continente devido aos longos períodos de continuidade histórica e a quantidade de conhecimentos que se tem sobre elas. Fazem parte da história da região as civilizações Nok, os Impérios de Gana, Malé e Songai.

A sexta região é de predominância de povos Berberes e se estende através do Deserto de Saara e bordas do Mediterrâneo. É, sobretudo, uma região marcada por invasões externas.

A ligação entre estas diversas regiões e sua integração econômica pode ser trabalhada e compreendida a partir das rotas de caravanas milenares ou da história da expansão da tecnologia do ferro no continente africano. Tanto as caravanas comerciais como as rotas de expansão da tecnologia do ferro cobrem todo o território africano, indicando não apenas a presença de populações em estágios civilizatórios importantes em todo continente, como também, a existência de uma intensa integração econômica e cultural entre estes povos.

Abaixo, apresento uma possível cronologia dos principais fatos da História Africana anterior a presença nociva e desastrosa do europeu naquele continente. Nesta cronologia, destaco o fato de que os Europeus, através dos portugueses gastaram mais de um século para dominar algumas regiões na África e que a colonização européia levou mais de 300 anos para se consolidar. Este período é marcado pela resistência, vitórias e derrotas dos diversos Estados Africanos, em diversas frentes de combate contra as diferentes invasões européias. Estas dinâmicas de longa duração precisam ser compreendidas para não parecer que o predomínio europeu acontece num ato mágico e repentino, como geralmente e superficialmente é apresentado.

A CRONOLOGIA DA HISTÓRIA AFRICANA PODE TER A SEGUINTE COMPOSIÇÃO:

1 - Aparecimento do Homo Sapiens na África - 10.000 AC

2 - Agricultura e criação no Vale do Nilo - 5.000 AC

3 - Os Faraós unificam o Estado Egípcio - 3.100 AC

4 - O Estado Kerma governa a Antiga Núbia no Sudão 2.250 AC

5 - As dinastias Egípcias colonizam o Núbia - 1.570 AC

6 - Os Estados Kushes e Napatos se estabelecem no Sudão - 1.100 a 500 AC

7 - Fenícios fundaram a Capital em Cartago - 814 AC

8 - Os Estados Kushes da Núbia governam o Egito - 760 AC

9 - A tecnologia do Ferro é introduzido no Egito pelos invasores Assírios - 500 AC

10 - Reinos Núbios - 400 AC

11 - Civilização Nok na África Ocidental - 450 AC

12 - Os Gregos invadem o Egito - 332 AC

13 - Os Romanos invadem o Egito 40 - AC

14 - Início do esplendor dos Reinos Axum na África Oriental - 0

15 - Expansão Islâmica no Norte Africano - 639

16 - Data aproximada da construção do Zimbabue - 700

17 - Ocupação de Gana pelos Almoravides - 1.076

18 - Fundação do Império Monomotapa na África Austral. - 1.200

19 - Início do Império do Mali - 1.235

20 - Fundação do Reino do Congo - 1.240

21 - Início do Império Songai - 1.400

22 - Os Portugueses vencem os Mouros e tomam Ceuta no Norte Africano - 1.415

23 - Fundação do Reino Luba na região do Rio Congo - 1.420

24 - A presença constante de mercantes portugueses no Rio Senegal - 1.445

25 - Estabelecimento do tratado comercial entre Reinos da África Ocidental e os Portugueses - 1.456

26 - Tratado de Alcáçovas entre Espanhóis e Portugueses que permitem aos Portugueses a introdução de escravizados Africanos na Espanha - 1.475.

27 - Chegada dos Portugueses ao Congo - 1.484

28 - Conversão do Rei do Congo ao Catolicismo - 1.491

(o Catolicismo já havia penetrado na Etiópia 400 anos antes)

29 - Destruição do Império Songai - 1.591

30 - Portugueses invadem Angola transformando o Reino em Colônia - 1.575.

31 - O Reino do Congo é dominado pelos Portugueses - 1.630

32 - Chegada dos Ingleses como invasores e colonizadores na África do Sul - 1.795.

33 - Início das Campanhas Militares de Chaka-Zulu - 1.808

34 - Consolidação do Domínio Europeu na África - 1.884-1.885.


Observações:

Há um bloqueio sistemático em pensar diferente das caricaturas presentes no imaginário social brasileiro.

As informações novas geram uma constante desconfiança, tendo ocorrido mais de uma vez a pergunta, se eram sobre a África aquelas informações. Quando se desenvolvem tópicos sobre a indústria têxtil africana e as exportações de tecido para a Europa no passado, ou mesmo a informação de que a África precedeu a Europa no uso de roupas, há uma inquietação, um conflito emocional onde a dúvida é persistente.

O elemento básico para Introdução à História Africana não está na história africana e sim na desconstrução e eliminação de alguns elementos básicos das ideologias racistas brasileiras.

O cotidiano brasileiro é povoado de símbolos de negros selvagens e escravos amarrados, que processam e administram o escravismo mental e realizam a tarefa de feitores invisíveis a chicotear a menor rebeldia o imaginar diferente.

Acredito serem cinco os pontos importantes a serem desconstruídos na imaginação dos brasileiros sobre a África.

1. A África não é uma selva tropical.

2. A África não é mais distante que os outros continentes.

3. As populações Africanas não são isoladas e perdidas na selva.

4. O europeu não chegou um dia na África trazendo civilização.

5. A África tem história e também tinha escrita.

Existem outros tópicos, apenas estou citando os cincos mais persistentes, os outros vão no sentido de "burrice do africano". O africano é tido sempre como o diferente com relação aos povos de outros continentes. Os iguais são os europeus e os asiáticos. Diferente no sentido não da diversidade humana, mas de uma hierarquia de valores, onde, uns são certos e os outros errados. Os iguais são certos e os diferentes errados, estes são os conteúdos das idéias que estão no subconsciente que instrui os raciocínios. Nos cursos seguidamente aparecem frase tais como: "o que destrói a África é que eles brigam muito entre si". "Eles não são unidos como os europeus". Ou então surge a pergunta "de onde vem o negro", com ênfase numa possível origem biológica diferente do branco quanto às possibilidades intelectuais.


http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=499

Henrique Cunha Júnior - professor da Universidade Federal do Ceará

África o Berço da Humanidade

A mais marcante das singularidades africanas é o fato de seus povos autóctones terem sido os progenitores de todas as populações humanas do planeta, o que faz do continente africano o berço único da espécie humana. Os dados científicos que corroboram tanto as análises do DNA mitocondrial(6) quanto os achados paleoantropológicos apontam constantemente nesse sentido.




O continente africano, palco exclusivo dos processos interligados de hominização e de sapienização, é o único lugar do mundo onde se encontram, em perfeita seqüência geológica, e acompanhados pelas indústrias líticas ou metalúrgicas correspondentes, todos os indícios da evolução da nossa espécie a partir dos primeiros ancestrais hominídeos. A humanidade, antiga e moderna, desenvolveu-se primeiro na África e logo, progressivamente e por levas sucessivas, foi povoando o planeta inteiro



Pela tradição, eurocêntrica e hegemônica, costuma alinhar o fato histórico com a aparição, recente, da expressão escrita, criando os infelizes conceitos de povos “com história” e de povos “sem história” que, eventualmente, o etnólogo Lucien LEVY-BRUHL iria transformar em “povos lógicos” e “povos pré-lógicos”(9). Mas a história propriamente dita é a interação consciente entre a humanidade e a natureza, por uma parte, e dos seres humanos entre si, por outra. Por conseguinte, a aparição da humanidade como espécie diferenciada no reino animal, abre o período histórico. O termo “pré-história”, tão abusivamente utilizado pelos especialistas das disciplinas humanas, é uma dessas criações que doravante deverá ser utilizada com maior circunspeção. (TVeBrasil)



Segundo Elisa Larkin Nascimento: A espécie humana nos livros didáticos é geralmente representada com a imagem do homem branco, e as teorias pseudocientíficas de hierarquia entre as “raças” destituíram o africano de sua condição humana tratando-os como “selvagens” ou “primitivos”, classificados como seres subumanos ou irremediavelmente inferiores.



Contudo hoje sabemos que a África é o berço da humanidade e do desenvolvimento civilizatório. Aquela idéia da velha divisão da humanidade em diferentes “raças” carece de fundamento biológico. É uma construção histórica, cultural e social.



Hoje sabemos que há quase dois milhões de anos, o Homo erectus, hominídeo autor de importantes avanços na manufatura de implementos como o machado, saiu da África em ondas migratórias rumo à Ásia e à Europa, assim iniciando o povoamento do mundo.



O homem moderno (Homo sapiens sapiens) também evoluiu na África e de lá saiu, há mais ou menos150 mil anos, em uma segunda fase de ondas migratórias através da Eurásia. Ao espalharem-se pela Eurásia, os humanos que saíram do continente africano deram início a um processo de intercâmbios genéticos o qual não cessou até hoje.



Esse intercâmbio resultou no aparecimento de características novas às populações locais. Concluímos aqui que os seres humanos pertencem todos à mesma espécie, e que eles evoluíram de uma ancestralidade comum iniciada na África.



A África, ao contrário do que se imagina por falta de informações, tem sido palco de alguns dos maiores avanços tecnológico da história: seja na prática agrícola, na criação de gado, na mineração, na arquitetura e na engenharia, com construções de grandes centros urbanos, e ainda na sofisticação da organização política, na prática da medicina e no avanço do conhecimento e da reflexão intelectual.



E a imagem que temos da África é a de um continente sem história. Sabemos hoje que os povos africanos já navegavam os mares à procura da rota para as índias milênios antes das caravelas portuguesas e espanholas.



Berço das primeiras civilizações mundiais - Uma das singularidades da África decorre do fato de esse continente ter sido o precursor mundial das sociedades agro-sedentárias e dos primeiros Estados burocráticos, particularmente ao longo do rio Nilo (Egito, Kerma e Kush). Ao longo dos séculos, as riquezas destes Estados, assim como as riquezas do império de Axum, na parte oriental do continente, e do império de Cartago, situado na porção setentrional, aguçaram a cobiça de inúmeros povos vizinhos, desde o Mediterrâneo europeu (gregos e romanos) e o Oriente Médio semita (hicsos, assírios, persas, turcos, árabes), até o sudeste asiático (indonésios).(TVeBrasil)



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA - NASCIMENTO, Elisa Larkin em Introdução à história da África . In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Educação. Brasília. 2006. p. 33-51.



Fontes - http://paginas.terra.com.br/educacao/josue/index%20149.htm



http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2005/vab/tetxt1.htm

Adaptações: Fatunji Aworeni

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O lugar de Ifá na Religião Tradicional

O treinamento dos sacerdotes de Ifá e a mitologia de Ifá dão a esta divindade uma posição única dentre as incontáveis divindades da religião tradicional Yoruba. Uma vêz que ele é denominado Obarìsà (Rei das divindades) pelos sacerdotes de Ifá. Esta posição de rei que Ifá ocupa entre as divindades Yoruba é o resultado de diversos fatores. Em primeiro lugar Ifá é o porta-voz das divindades e dos ancestrais. É através da divinação de Ifá que os seres humanos podem se comunicar com as divindades e com os ancestrais. Sem ele e sem o sistema divinatório, os seres humanos teriam dificuldade de alcançar os poderes divinos e obter seu favorecimento nas horas de necessidade. Além disso, Ifá representa um ramo especial da religião Yoruba por causa do seu aspecto intelectual. Neste sentido Ifá é mais que um ramo da religião Yoruba. Ifá é o meio pelo qual a cultura Yoruba se reforma e se regenera e preserva tudo que é considerado bom e memorável naquela sociedade. Ifá é a cultura Yoruba no seu verdadeiro senso dinâmico e tradicional. Ifá é um meio pelo qual uma sociedade não letrada esforça-se para manter e disseminar sua própria filosofia e valores a despeito dos lapsos e imperfeições da memória humana na qual o sistema é baseado. Não é surpresa, portanto que Ifá signifique tanto para o povo Yoruba, na sociedade tradicional Yoruba, a vida de cada homem, do nascimento até a morte é dominada e regulada por Ifá. Nenhum homem toma nunhuma decisão importante sem consultar o deus da sabedoria. Todos os importantes ritos de passagem como
cerimonia do nome, coroaçõa de reis e cerimónias fúnebres, tem que se sancionados e autenticados por Ifá. a voz das divindades e a sabedoria dos ancestrais. Este é o sentido dos seguintes versos:

(Ifá é o senhor de hoje,


Ifá é o senhor do amanhã;

Ifá é o senhor de depois de amanhã;

A Ifá pertence todos os quatro dias criados pelas divindades

na terra)
 
 
Mas, Ifá é mais que um sistema Yoruba; traços deste fascinante sistema podem ser encontrados em várias outras culturas do Oeste da África, principalemte entre os Edo, Igbo, Ewe, Fon, Jupe, Jukun, Borgu e outros grupos étinicos do Oeste da África. O estudo detalhado de Ifá e dos sistemas relacionados a divinaçõa de Ifá entre estas culturas do Oeste da África, ainda estão para serem explorados. O que sabemos no momento é que entre os Yoruba, Ifá foi tão intimamente identificado com a mitologia, folclore, medicina popular, história, religião e sistemas de valores da cultura,que é quase sinônimo da própria cultura Yoruba.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ori


Ori desempenha um papel importante para os devotos de Ifá. A palavra em si, em ioruba, tem muitos significados. Significa cabeça, ou o ápice ou cume mais alto de realização. Em um sentido espiritual, a cabeça, como o ponto mais alto do corpo humano, representa Ori. O chefe de uma empresa ou organização é conhecida como Olori. O Ser Supremo, o nosso único Deus, é conhecido como Oludumare, outra forma da palavra.
No corpo humano, Ori tem dois papéis: o físico e o espiritual. As funções físicas de Ori são familiares para todos nós, tais como: o nosso cérebro pensa, os nossos olhos vêem, nossos narizes cheiram, e nossos ouvidos escutam, nossas bocas falam, comem e respiram. Os nossos rostos são diferentes de todos os outros e que dá a nossa identidade física. Nosso espiritual Ori são eles mesmos subdivididos em dois elementos: Apari-inu e Ori-apere. Apari-inu representa caráter; Ori Apere representa o destino. Um indivíduo pode vir para a Terra com um destino maravilhoso, mas se ele ou ela vem com o mau caráter, a probabilidade de cumprimento desse destino é severamente comprometida. O caráter é essencialmente imutável. Destino é mais complexo. Em Ifa acreditamos que podemos escolher os nossos próprios destinos. E fazemos isso através do patrocínio de Ajalá Mopin, ou o deus do Ori,  Ajala é responsável pela modelagem da cabeça humana, e acredita-se que o Ori que escolhemos determina nossa fortuna ou atribulações na vida. O Domínio de Ajala, está perto de Oludumare, e é ele que sanciona as escolhas que fazemos. Essas escolhas são documentadas pelas divindades que chamamos Aludundun. Todos recebemos nossos destinos neste lugar. Um verso de Ifa ajuda a explicar:





" E po lee bi olori gbe yanri o 

E Ba Yan Lee teyin 

ibi kannaa la gbe yanri o 

Kadara um papo ne ... "





Você disse que se tivesse sido 

você sabia onde Afuape 

tem o seu Ori 

Você poderia ter ido lá para ter. 

Nós todos temos o nosso Ori no domínio de Ajala. 

Apenas os nossos destinos são diferentes.




O Destino se divide em três partes: Akunleyan, Akunlegba e Ayanmo.
Akunleyan é o pedido que você faz no domínio de Ajalá Mopin - o que você gostaria em específico durante a sua vida na Terra: o número de anos que pretende viver na Terra, os tipos de sucesso que você espera alcançar, os tipos de relacionamentos que você deseja e outros do gênero. Akunlegba são aquelas coisas dadas a uma pessoa para ajudar a realizar esses desejos. Por exemplo, uma criança que deseja morrer na infância pode nascer durante uma epidemia para garantir sua intenção. Ambos Akunleyan e Akunlegba podem ser alterados ou modificados para o bem ou para o mal, dependendo da circunstância. Os sacrifícios e rituais podem ajudar a melhorar as condições desfavoráveis que podem ter resultado imprevistos, maquinações do mal, como a feitiçaria, bruxaria ou magia. Ayanmo é a parte do nosso destino que não pode ser mudada: nosso gênero, sexo e a família que nascemos, por exemplo.


Em muitos aspectos, Ori pode ser a divindade mais importante na influência de uma vida. Embora parece que todo mundo iria escolher a riqueza eo sucesso de seu destino, não é esse o caso. A razão pode ser encontrada no fato de que em Ifa, o sucesso material e realização, porém agradável e incentivados, não são os critérios de existência. Esse critério é Ori-inu, ou o caráter e as formas de mostrar o caráter forte muitas vezes não são o caminho mais fácil. Além disso, se o caráter de um indivíduo é mau, sua escolha de destino não podem ser cumprida. No sagrado Odu Ogbeogunda, Ifa diz:



"Ise meta ni omori odo nse 



Ka fi ori re gun iyan 



ka fi idi re gun elu 



ka fi agbede-meji re ti ilekun dain-dan-in dan in
Awon ni won difa fun
Oriseku omo Ogun
Won ki fun Ori liemere Omo Ija
Won difa fun Afuwape
Omo bibi Inu agbonmiregun
Nijo ti won nlo ile Ajala-mopin
Lo ree yan Ori
Won ni ki won rubo
Afuwape nikan lo mbe leyin to mebe
Ori Afuwape wa sun won ja
Won ni awon ko mo ibi olori gbe yan Ori o
Awon ko ba lo yan ti awon
Afuwape da won lohun wipe:
Ibikan naa la ti gbe yan Ori o
Kadara ko papo ni."

Um pilão realiza três funções: 
É inhame em pedaços
É índigo em quantidade 
É usado como um bloqueio atrás da porta. 
Adivinhação feita para Oriseku, Ori-ilemere e 
Afuwape 
Quando eles estavam indo para escolher os seus destinos 
no domínio Ajala Mopin. 
Eles foram convidados a realizar rituais. 
Apenas Afuwape realizou os rituais. 
Ele, portanto, tornou-se muito bem sucedido. 
Os outros lamentaram  não ter o conhecido 
onde Afuwape escolheu seu próprio Ori, que 
teriam ido lá para os seus próprios também. 
Afuwape respondeu que mesmo que os seus 
Ori fossem escolhidos no mesmo lugar, o seu 
destino diferente.







O ponto aqui é que apenas o bom caráter de Afuwape. Ao respeitar a sua fé e realizando seus sacrifícios e rituais, ele trouxe as bênçãos potenciais de seu destino. Seus amigos, Oriseku e Ori-ilemere, não conseguiram mostrar bom caráter pela recusa de realizar seus rituais e suas vidas  sofreram conforme as suas más escolhas.
Se Akunleyan de uma pessoa e Akunlegba são muito ruim, ele pode ser detectado no terceiro dia após o seu nascimento até o que chamamos de Ikosedaye. Esta é uma cerimônia ritual de adivinhação especial realizada em um recém-nascido por um Babalaô, a fim de determinar o seu Ori e o que deve ser feito para apaziguar ou melhorá-lo. No caso de um destino ruim, só existem as seguintes possibilidades de alterá-lo que é através de rituais  e sacrifícios e a presença de bom caráter.  Através do bom caráter podemos alcançar o sucesso.
Ritual e sacrifício podem fornecer os mesmos resultados, com estes dois caminhos,  pode-se tornar os indivíduos com  dificuldades em seu destino em  rico ou bem sucedido, mas certamente vai tornar sua vida mais confortável sobre a Terra.


No sagrado Odú Owonrin- Meji, Ifa diz:


Agbon mi Jia Jia ma-jaa (nome de um babalaô Ifá) lançou um oráculo de adivinhação para Bayewo quando ela foi orientada a realizar rituais. Após os rituais, ela foi convidada para usar o camaleão a esfregar seu corpo inteiro. Ela obedeceu. Pouco depois, ela deu à luz um menino. Oga Uma criança nascida depois de esfregar o corpo com camaleão é nomeado Oga-n-rara.


Oga-n-rara estava vindo do Céu à Terra. Elenão escolheu um  destino  favorável. Quando ele estava na Terra, a vida  tornou-se insuportável e muito difícil. Conseqüentemente, ele se aproximou de dez Babalawôs diferentes para adivinhação. Oga-n-Rara realizados os rituais que ele foi aconselhado a fazer  foi capaz de ter suas necessidades satisfeitas através de Oludumare.







Se nossa situação é honestamente ruim, e não é uma questão de nosso caráter ou comportamento, então nosso Ori Apere deve ser apaziguado. Sacrifícios prescritos e ou rituais devem ser realizados para nos trazer de volta para o alinhamento saudável. Esses rituais são melhor realizados à noite, e uma vez que foram realizados é aconselhado a permanecer na casa até a manhã. Se isso for impossível, então o ritual ou o sacrifício deve ser realizado precisamente na madrugada antes de quaisquer outros atos do dia. Antes de realizar o ritual é essencial na hora de ser banhado e vestido com roupas limpas. Branco seria a cor preferível, mas se vestir todo de branco não for possível, use a cor mais clara disponível. Preto não é aceitável. No ritual de Ori Apere, você deve usar um boné ou cobertura a sua cabeça.
Depois de preparar-se para o canto, oferecendo-lhe três vezes:







"Ela ro

Ela ro

Ela ro

Ori o me pe e o

Ori o mo pe e o 

Ori o mo pe e o "




Orunmila, por favor, desça
Orunmila, por favor desça

Orunmila, por favor, desça


Ori, peço-lhe

Ori, peço-lhe

Ori, eu apelo a você!











Então você apresenta o seu problema, para pedir uma solução, e dar a sua oferta como forma de pagamento e agradecimentos.


Há vários versículos que Ifa orações oferta geral de seu Ori Apere. Entre elas estão as seguintes:








"Wonran Olukun 
Abara le kokooko bi ori ota 
Fun Difa Ori Apere 
Omo sola atakara 
Nje gbe ni ibi ori owo 
Akara 
Ori je won o ka mi mo won
Akara 
Nibi ori gbe Gbogbó ira nni 
Akara 
 Ori je won o ka mi mo won
Akara.
Iwonran Olukun [Babalawo]
 
Foi feita adivinhação para Ori-Apere 
É certo que Apere é a quintessência 
de bem-estar. 
 Ori sempre é rico, vamos ser incluídos. 
Ori sempre tem muitos filhos, vamos ser incluídos. 
 Ori sempre tem todas as coisas boas da vida, vamos ser incluídos.
Ori wo ibi ire 
ki o gbe mi de 
Ese wo ibi ire 
ki o re mi pecado 
Ibi ope agunka Ngbe mii re 
Emi ibe mo ko 
Fun Difa Sasore 
Eyi para ji ni Kutukutu owuro 
Nje ti o ba tun ku ibi para dara ju eyi lo 
Ori mi ma sai gbe mi de Ibe.


Ori, colocar-me em boas condições. 
Meus pés, levar-me para onde condição é favorável. 
Ifa para onde está me levando, nunca sei. 
Oráculo de adivinhação  
No auge de sua vida 
Se houver alguma condição melhor do que o que estou dentro 
no presente 
Talvez meu Ori não deixará de colocar-me lá.
Ori mi gbe mi 
Ori mi la mi 
Gbemi Niran atete 
Gbemi atete gbeni ku Foosa 
Ori nii gbe ni
 Ajawo, kii se oosa.



Meu Ori, me apoie. 
Faça-me próspero, o meu Ori. 
Ori é o suporte da humanidade antes de divindades.



Se as coisas estão indo mal em sua vida, antes de apontar um dedo acusador para as bruxas, feiticeiros, ou seus inimigos,  faria bem  examinar a sua personalidade. Se você tem o hábito e bulir as pessoas ou não ser atencioso  com seus sentimentos, não terá a  felicidade verdadeira em sua vida não importa o quanto materialmente bem sucedidos você pode ser. Se, por outro lado, você ajuda os outros e trazer felicidade para eles, sua vida será completa, não só de riquezas, mas de alegria e felicidade também. Mas lembre-se, é muito mais fácil de alterar o seu destino do que a sua personalidade.










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